A equipe de facilitadores da Justiça Restaurativa na Escola, vinculada à Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, sob o comando da desembargadora Elizabete Anache, vem realizando uma série de Círculos de Diálogo com as equipes de técnicos e gestores da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e os participantes do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde).

Na terça-feira, dia 10 de setembro, ocorreu o 2º Círculo de Diálogo com novos participantes: acadêmicos da Unigran dos cursos de Psicologia, Enfermagem, Educação Física e Administração e integrantes do PET Saúde – Equidade, além de professores preceptores da mesma universidade e gestores da Sesau. Ao longo do Círculo, todos os participantes tiveram a oportunidade de se expressar e serem acolhidos no espaço estruturado pelos valores e diretrizes de não-julgamento e sigilo.

“A Justiça Restaurativa tem mostrado resultados expressivos nos espaços de convivência coletiva. Os Círculos de Diálogo são uma oportunidade de escuta e acolhimento que permitem enxergar o outro em sua totalidade, reconhecendo suas necessidades e potencialidades”, enfatizou a desembargadora Elizabete Anache.

“É motivo de grande satisfação para a Coordenadoria da Infância e da Juventude contribuir com essa prática, ampliando a cultura da paz e da corresponsabilidade em nossa sociedade”, completou a magistrada.

O primeiro encontro aconteceu no dia 25 de junho deste ano, com a participação de gestores da Sesau que trabalham diretamente com assistência e atendimento aos trabalhadores, incluindo a gestão de pessoas, saúde do trabalhador e responsabilidade técnica junto com os acadêmicos, docentes e preceptores do grupo do PET-Saúde.

A enfermeira e preceptora do PET-Saúde Equidade Unigran/Sesau, Luciane Aparecida Terra, conta que, ao ter conhecimento sobre o trabalho da Justiça Restaurativa com as escolas e da sua importância na saúde mental das pessoas e na promoção do diálogo, solicitou uma agenda para possibilitar a realização dos círculos restaurativos para o fortalecimento da equipe com o grupo PET Saúde Equidade – Violência no trabalho.

“O primeiro encontro foi extremamente profundo e profícuo no sentido de impactos na vida das pessoas e dessas equipes, e então percebemos que muito mais pessoas precisavam participar dessa experiência e dessa vivência”, disse Luciane.

Ainda segundo Luciane, “o trabalho da equipe da Justiça Restaurativa Escolar do TJMS, através dos Círculos Restaurativos para o fortalecimento da equipe, propiciou uma nova perspectiva, uma esperança de como abordar a saúde mental dos trabalhadores da saúde como um todo, desde a sua formação até o seu ambiente de trabalho e ao longo da sua carreira profissional”.

A enfermeira ainda afirmou que pretende aplicar essa metodologia aos demais grupos e serviços de saúde, além dos gestores, ampliando a iniciativa aos trabalhadores nas próprias unidades de Saúde. “Considerando a experiência da equipe da Justiça Restaurativa Escolar temos uma perspectiva de continuar neste trabalho em parceria por muito tempo”, finalizou.

Saiba mais – A Justiça Restaurativa é definida como um conjunto ordenado de técnicas, procedimentos e métodos próprios, que visa a conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflito e violência. De uma forma mais ampla, trata-se de um novo paradigma, uma visão de mundo que busca prevenir e solucionar conflitos por meio do diálogo. Assim sendo, desenvolver as Práticas Restaurativas pode contribuir para práticas voltadas ao exercício do diálogo e ao fortalecimento de vínculos.

TJMS