Apresentado pelo servidor Diógenes Ferracini Duarte, o episódio contou com a participação de duas autoridades no enfrentamento desse tipo de violência: a delegada Anne Karine Sanches Trevisan Duarte, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA/MS), e o investigador da Polícia Civil Jeferson Dias Maidana, especialista em crimes digitais.
Durante o episódio, os convidados abordaram os perigos da internet para o público infantojuvenil e os diversos mecanismos usados por criminosos, os chamados “predadores digitais”, para atrair, enganar e explorar crianças e adolescentes, muitas vezes dentro da própria casa, sem que os pais ou responsáveis percebam.
Segundo a delegada Anne Karine, a DPCA atua com uma operação permanente chamada Sentinela, que já está na 19ª fase e contabiliza mais de 80 mandados de busca e apreensão, a maioria relacionada ao armazenamento e compartilhamento de material pornográfico infantil. “A internet pode ser uma grande aliada, mas também é um ambiente onde o crime se disfarça de amizade. Por isso, o monitoramento e o diálogo são indispensáveis”, alertou.
Já o investigador Jeferson Maidana explicou como funcionam técnicas como grooming, engenharia social e o uso de Deep Web e Dark Web para disseminação de conteúdos ilegais. Ele também destacou a importância da educação digital nas escolas e do uso de ferramentas de controle parental, que permitem limitar o tempo de tela, monitorar conteúdos acessados e até rastrear a localização em tempo real.
Outro ponto relevante discutido foi o avanço da legislação brasileira no combate a esses crimes. A delegada destacou que, desde janeiro de 2024, o cyberbullying passou a ter tipificação penal, com penas de 2 a 4 anos, e que crimes como transmissão ao vivo de abuso sexual infantil passaram a ser considerados hediondos.
Como ferramenta de orientação e prevenção, a DPCA lançou no ano passado uma cartilha educativa, disponível no site da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O material é voltado para o público adolescente e para pais e responsáveis que, muitas vezes, não têm conhecimento técnico para lidar com os riscos do ambiente virtual. A cartilha explica de forma didática quais são os crimes mais comuns na internet e traz dicas de como proteger crianças e adolescentes de forma eficaz.
Outro ponto abordado é o risco de algumas vítimas repetirem o comportamento criminoso.
O episódio esclarece a necessidade de atenção dos pais, educadores e instituições públicas, o diálogo aberto sem ameaças que proporcionem um ambiente seguro para evitar que crianças e adolescentes sejam vítimas desse tipo de crime.



