Em recente entrevista para o Campo Grande News, o corregedor-geral de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, compartilhou sua visão inovadora sobre a atuação da Corregedoria-Geral. Com uma carreira de 40 anos na magistratura, o magistrado comparou a corregedoria a um “departamento de qualidade” no Judiciário, enfatizando que sua principal função é a orientação, e não a punição.
O Papel da Corregedoria – Durante a entrevista, Ruy Celso desmistificou a ideia de que a Corregedoria é um órgão espinhoso, destinado somente a punir juízes e servidores. “Nossa função maior é a orientação. O caráter correicional é o último recurso”, afirmou. Ele ressaltou a importância de prevenir problemas e garantir a isonomia no atendimento, especialmente para populações vulneráveis, como indígenas e negros.
Inovações Tecnológicas – Com o avanço da tecnologia, a Corregedoria agora conta com ferramentas que permitem o monitoramento em tempo real das comarcas do estado. “Monitora-se tudo, desde sentenças até movimentações processuais”, explicou o corregedor. Apesar da tecnologia, ele mantém a prática de visitas presenciais, que são previamente anunciadas. Essa estratégia permite que juízes e servidores corrijam problemas antes da inspeção, resultando em uma taxa de correção de 80%.
Compromisso com Pautas Sociais – Ruy Celso também enfatizou o compromisso da Corregedoria com questões sociais, como a violência doméstica. Ele defendeu que a abordagem deve ser dual: “Não é só cobrar com rigidez. É também premiar quem faz um bom trabalho.” O corregedor, que já coordenou a área de violência contra a mulher, propõe medidas práticas, como parcerias com a Polícia Militar para acompanhar vítimas.
Desafios e Necessidades – Reconhecendo a falta de juízes em várias comarcas, Ruy afirmou que a presença do juiz é fundamental para a comunidade. No entanto, ele acredita que, com equipes bem formadas, é possível aumentar a agilidade dos trabalhos. Ele concluiu a entrevista com uma reflexão sobre ética e confiança no Judiciário: “Se o juiz não for ético, quem vai ser?”



