18.11.2025 · 1:18 · Reunião

Atendendo a Requerimento aprovado no Plenário, a secretaria municipal de Fazenda, Márcia Hokama, reuniu-se com vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande, na manhã desta terça-feira, dia 18. Ela foi cobrada, principalmente, em relação à retomada dos serviços de tapa-buraco, que estavam suspensos nos últimos dias em decorrência da falta de repasse de recursos pela prefeitura às empresas. Diante dos vários questionamentos, a secretária anunciou, ao final da reunião, a expectativa de que os serviços voltem a ser executados a partir de amanhã, com o pagamento parcial das empresas.

A reunião levou quase duas horas. Vários vereadores, como Landmark, Maicon Nogueira, Herculano Borges, Flávio Cabo Almi, Otávio Trad e vereadora Ana Portela, falaram das dificuldades enfrentadas pelos moradores de Campo Grande, diante das ruas completamente cheias de buracos, situação que se agravou com as últimas chuvas. Providências já foram cobradas da Secretaria Municipal de Infraestrutura, que justificou a falta de recursos. A secretária esteve presente na Câmara atendendo a requerimento aprovado em Plenário, no dia 6 deste mês, que tinha como foco principal esclarecer sobre os recursos para manutenção nas ruas da cidade.

Em diversos momentos, a vereadora Ana Portela, autora do Requerimento aprovado pelos vereadores, cobrou respostas mais objetivas em relação ao foco principal do documento, que cobrava “esclarecimentos técnicos e financeiros sobre as dotações orçamentárias, cronogramas de repasse e liberação de recursos destinados às operações de tapa-buracos e demais obras de manutenção viária sob responsabilidade da Prefeitura Municipal”.

“A secretária não explicou o que está sendo feito, o recurso que é do cidadão que tem todos os dias, pneu cortado, roda quebrada, acidente, temos uma pessoa que perdeu a vida”, disse a vereadora Ana Portela. Ela acrescentou que a Lei Orçamentária traz R$ 34 milhões em gastos com pessoal e tem uma receita de quase R$ 600 milhões para a Secretaria de Infraestrutura. Márcia Hokama  justificou que a folha com pessoal vem consumindo grande parte das receitas municipais. No entanto, não soube especificar esses dados, sobre o gasto com servidores, relacionados à Secretaria de Infraestrutura. O número foi questionado pela vereadora Ana Portela.

“O serviço de tapa-buraco vai recomeçar de forma intensa, justamente pelo enfrentamento que a Câmara propõe, de trazer à tona esse debate e pressionar o Executivo Municipal para ter uma decisão rápida e ir para a solução do problema”, afirmou o vereador Epaminondas Neto, o Papy, presidente da Casa de Leis, sobre o anúncio de retomada dos serviços na cidade. Ele criticou a falta de prioridade na gestão, aplicando medidas de economia onde não é possível reduzir investimentos, fato que vem penalizando a população, citando os “prejuízos enfrentados pelos motoristas”

O vereador Otávio Trad, presidente da Comissão Permanente de Finanças e relator do Orçamento de 2026, falou que haverá cobrança de prognóstico sobre os pagamentos e a execução dos contratos de tapa-buraco. “A convocação está ligada à questão do tapa-buraco, que deixou de ser questão somente de estrutura e passou a ser de saúde pública. Estamos indagando por que não está sendo realizado como deveria, na mesma intensidade. A secretária informou que há dificuldade financeira, inclusive com atrasos a pagamentos de empresas que não estão prestando serviços por esse atraso”. Ele disse que a Secretaria de Infraestrutura informou que deve ser feita uma força-tarefa nos pontos mais críticos da cidade, porém ponderou a necessidade de o trabalho ter continuidade.

Posteriormente, já no fim da reunião, a secretária informou que recebeu uma ligação da prefeita Adriane Lopes, falando da expectativa de que a prefeitura deverá pagar até amanhã as empresas e o trabalho de tapa-buraco seja, então, recomeçado. “Todas as empresas estão contempladas. Não vai estar totalmente em dia, mas a gente vai começar agora a fazer os pagamentos”, afirmou a secretária Márcia Hokama. O pagamento às empresas deve chegar a cerca de R$ 10 milhões, porém o montante atrasado não foi informado.

Explicações

A reunião começou com os questionamentos dos vereadores à secretaria, principalmente pontuando sobre as dificuldades encontradas pela população com a falta de manutenção das ruas e a suspensão do tapa-buraco. Ao responder as perguntas, a secretária iniciou uma apresentação com seu currículo, as atribuições da Secretaria, dados de arrecadação, além de informações de modernização da gestão contábil fiscal e financeira.

Ela informou que a arrecadação do Município até agora alcançou R$ 5,2 bilhões e fechará o ano abaixo dos R$ 6,8 bilhões estimados no Orçamento, justificando as medidas de contingenciamento adotadas pela prefeitura. Diante desses dados, a secretária negou que a peça orçamentária enviada para a Câmara esteja subestimada, como foi questionado por vereadores.

Além da questão do tapa-buraco, os vereadores perguntaram ainda sobre redução do desconto para pagamento à vista do IPTU (que foi reduzido de 20% para 10), gastos com pessoal e medidas para adequação às contas. Ela justificou o alto gasto com pessoal, que compromete cerca de 55% da receita, falando principalmente dos gastos com servidores efetivos da educação e saúde. A secretária justificou ainda a queda no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) como um dos impactos na arrecadação municipal.

Milena Crestani
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal  

CMCG