14.11.2025 · 9:41 · Vereador Landmark
Durante a sessão desta quinta-feira (13), o vereador Landmark Rios (PT) denunciou que médicos das unidades básicas de Campo Grande tiveram redução salarial, recebendo agora cerca de R$ 5,4 mil, valor abaixo do piso anterior, que ficava próximo de R$ 7 mil. Segundo o parlamentar, diversos profissionais procuraram seu gabinete e enviaram mensagens relatando a surpresa e preocupação ao abrirem seus holerites. “Ontem eu recebi vários médicos no meu WhatsApp. Eles tinham um piso de R$ 7 mil, 7 mil e poucos reais, e agora abriram o holerite com salário de R$ 5.400. Eles estão muito preocupados com essa situação”, afirmou.
Para Landmark, a redução é mais um retrato da precarização da saúde pública na Capital, que enfrenta falta de medicamentos, insumos básicos, equipamentos quebrados e equipes reduzidas. Ele lembrou que mais de 52 remédios essenciais seguem em falta nas unidades e que há relatos de atrasos, cortes e dificuldades que afetam diretamente a população. “Nossos médicos estão segurando a ponta nas unidades, atendendo população vulnerável, e agora sofrem corte salarial. É mais um reflexo da crise que estamos denunciando”, destacou.
O parlamentar reforçou que espera explicações claras do Comitê Gestor da Saúde, que deve comparecer à Câmara na próxima terça-feira para prestar esclarecimentos sobre a execução orçamentária de 2024 e 2025, o planejamento para 2026, a política de compras, o abastecimento de insumos e medicamentos, a priorização dos recursos e as decisões tomadas nas últimas reuniões da gestão. “Precisamos dar respostas para a sociedade. Nós estamos na ponta, ouvindo as pessoas que dependem do SUS diariamente, e muitas vezes a visão que temos nas comunidades não bate com a narrativa oficial da gestão”, afirmou.
Landmark ressaltou que, além do corte salarial de médicos, a cidade convive com filas extensas, falta de remédios controlados nos CAPS e precariedade no atendimento. Ele convidou todos os vereadores a participarem da reunião com o Comitê para buscar explicações para o que classificou como um colapso no sistema.
O vereador também relembrou que, na última terça-feira, protocolou um requerimento exigindo a presença do Comitê Gestor da Saúde e cobrando transparência nos gastos do Fundo Municipal de Saúde. A iniciativa se soma ao ofício enviado ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) pedindo investigação sobre a denúncia apresentada pelo Conselho Municipal de Saúde, que aponta suspeita de desvio de R$ 156 milhões. O órgão federal já confirmou que irá apurar o caso.
Para Landmark, o problema não é falta de recursos, mas falta de gestão e de responsabilidade no uso do dinheiro público. “Campo Grande recebe repasses regulares do Estado e da União. O dinheiro não está faltando. O que falta é transparência, planejamento e compromisso com a saúde da população”, concluiu.
Foto: Pedro Roque
Renan Nucci
Assessoria de Imprensa do Vereador



