Quando o assunto é adoção, logo se pensa nas crianças e nos pais, protagonistas de histórias transformadas pelo amor e pelo vínculo afetivo. No entanto, o que muitos não sabem é que diversos grupos de apoio à adoção espalhados pelo Estado têm desempenhado um papel crucial no processo de integração entre crianças e futuros adotantes, especialmente nas cidades do interior.
Essas iniciativas buscam esclarecer, apoiar e acolher tanto os adotantes quanto as crianças em busca de uma nova família. Com a orientação de psicólogos e voluntários, as organizações promovem palestras, encontros e rodas de conversa para desmistificar o processo de adoção e ajudar a formar laços de confiança. Em algumas das maiores cidades do Estado, como Dourados, Três Lagoas e Corumbá, a atuação desses grupos é fundamental para mudar a percepção sobre a adoção.
Ao promover eventos e criar espaços de troca de experiências, as organizações ajudam a preparar os futuros pais para o que está por vir e a esclarecer as inseguranças relacionadas à adoção, especialmente no que se refere a crianças mais velhas ou com necessidades especiais, que frequentemente passam por dificuldades para encontrar uma família.
“Muitos chegam com mitos, preconceitos, falas distorcidas que a gente entende serem ainda comuns na sociedade. Então o nosso papel é justamente esse: desmistificar a adoção nessa perspectiva e trazer conhecimento e instrução para que o sonho de cada um se torne realidade”, conta a coordenadora do Grupo de Apoio à Adoção Ato de Amor (Graata), Francielli Maria da Silva, que há 13 anos atua em Três Lagoas e já atendeu mais de 2.900 participantes nesse período.
Embora o número de adoções em Mato Grosso do Sul tenha aumentado nos últimos anos — desde 2019 foram concluídas 812 adoções no Estado — o processo ainda é longo e cheio de nuances. Neste contexto, os grupos de apoio têm sido essenciais para garantir que as adoções aconteçam com o devido acompanhamento emocional das partes envolvidas. Com apoio contínuo, as famílias se fortalecem e as crianças ganham a chance de crescer em um ambiente mais acolhedor e seguro.
“A importância está na troca de experiências entre os participantes, o que ajuda na construção de conhecimentos durante a fase de preparação dos postulantes, para que compreendam os reais desafios que envolvem a paternidade ou maternidade adotivas”, explica Cleverson Costa, responsável pelo Grupo de Apoio à Adoção Pantanal (GAAP), fundado em 2016, que atua em Corumbá e Ladário.
Ele conta que, somente no ano passado, o grupo atendeu mais 370 pessoas postulantes à adoção (entre reuniões presenciais e online). “Proporcionamos discussões, incentivamos uma atitude adotiva e trabalhamos os medos e as ansiedades que envolvem o processo de preparação”, acrescenta.
Este foi o caso da professora Sonia Aparecida Bays, uma mãe solo que participa do grupo em Corumbá desde junho de 2023 e, em fevereiro deste ano, conseguiu a guarda definitiva de sua filha, Erica, hoje com sete meses. Ela compartilhou sua experiência positiva com o grupo de apoio à adoção, que a ajudou a lidar com a ansiedade e a insegurança durante a preparação para a adoção. Segundo ela, as orientações recebidas a ajudaram a se sentir mais segura e preparada para uma adoção consciente e responsável.
“Foi um período de preparação realmente como uma gestação: os pensamentos, sonhos, amor e o desejo por essa criança que iria nascer para mim. O grupo de apoio à adoção vem para orientar e esclarecer; é como se pegasse nas nossas mãos e nos levasse pelo caminho que é essa preparação para a adoção”, revela Sonia.
“O grupo está sempre aberto para quem precisa, com um sempre ajudando o outro. Muitas vezes a expectativa e a espera geram uma ansiedade muito grande em quem quer adotar. Participando das reuniões mensais, conversando com especialistas e outras pessoas que já passaram pela mesma situação, pude entender que sentimentos como medo e incerteza são comuns nesse processo”, completa.
Saiba mais – Os grupos de apoio à adoção, chamados GAAs, são filiados à Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (ANGAAD) e formados, em sua maioria, por pais adotivos voluntários que, em muitos casos, são profissionais da área jurídica, da educação, psicologia, entre outros. Eles promovem reuniões periódicas, presenciais ou online, entre pretendentes à adoção que estão em processo de habilitação, pessoas já habilitadas e pais que já conseguiram a guarda definitiva dos filhos.
Confira a seguir a lista com contatos e endereços de grupos de apoio à adoção que podem ser procurados em algumas das principais cidades do interior sul-mato-grossense.
Três Lagoas – Grupo de Apoio à Adoção Ato de Amor (Graata)
Contato: (67) 99184-8880
Endereço: Rua: João Carrato, 345
Corumbá e Ladário – Grupo de Apoio à Adoção Pantanal (GAAP)
Contato: (67) 98109-6964
Endereço: Rua Tamandaré, S/N – Ladário
Dourados – Grupo de Apoio à Adoção Acolher de Dourados (GAAD)
Contato: (67) 99295-4972
Endereço: Rua Hilda Bergo Duarte, 1460
Coxim – Grupo de Apoio à Adoção Manjedoura (GAAM)
Contato: (67) 9938-8288
Endereço: Rua Viriato Bandeira, 834
Bataguassu – Grupo de Apoio à Adoção Laços do Amor (GAAB)
Contato: (67) 8118-7341
Endereço: Av. Porto Seguro, 145
Naviraí – Grupo de Apoio à Adoção Pedacinho do Céu (GAAPCN)
Contato: (67) 99972-1094
Endereço: Av. Brasil, 1426
Amambai – Grupo de Apoio à Adoção de Amambai
Contato: (67) 99812-6935
Endereço: Rua da República, S/N
Sidrolândia – Associação Familiar de Apoio ao Grupo de Adoção de Sidrolândia (Afagas)
Contato: (67) 99967-1127
Endereço: Rua Targino de Souza Barbosa, 855