O Projeto Recomeçar, lançado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) em setembro do ano passado, é a oportunidade para muitas mulheres que foram vítimas de violência doméstica fortalecerem a autoestima por meio de cirurgias plásticas reparadoras. As primeiras seis a participarem do programa já realizaram todos os exames e passaram pela avaliação de um cirurgião plástico voluntário do programa nesta quinta-feira, 23 de janeiro. As cirurgias iniciam a partir do mês de março.
A vítima Beatriz Ramos* (nome fictício), de 42 anos, está emocionada com a oportunidade de reconstruir parte do braço esquerdo após levar um tiro do ex-companheiro há dois anos.
“Graças a Deus eu sobrevivi depois de levar um tiro dele, mas perdi o movimento do braço esquerdo e não posso mais trabalhar. Me aposentei por invalidez. Ainda sinto muita dor, não só física, mas emocional também. A cicatriz no braço é grande e só utilizo roupas que escondem. Fiquei muito feliz quando me ligaram para perguntar se eu tinha interesse de fazer uma cirurgia plástica reparadora. É claro que eu aceitei. Vai ajudar a recuperar e a fortalecer minha autoestima”, declarou a comerciante.
A iniciativa é oferecida pelo TJMS, sob a presidência do desembargador Sérgio Fernandes Martins, por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, em parceria firmada com a Fundação Instituto para Desenvolvimento do Ensino e Ação Humanitária da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (Fundação IDEAH/SBCP). A ação também contempla crianças e adolescentes vítimas de violência.
Segundo a coordenadora da mulher, desembargadora Jaceguara Dantas, o Projeto Recomeçar tem como objetivo oferecer às vítimas de violência doméstica e familiar procedimentos médicos reparatórios, com a finalidade de minimizar marcas ou dores físicas. Desse modo, pretende-se aliviar o sofrimento emocional e psíquico das vítimas, diante dos sentimentos de vergonha e exposição social quando questionadas sobre as cicatrizes e lesões aparentes.



